domingo, 30 de março de 2008

Heeein???

-Refrátario: Seu cabelo tá cheiroso!
-Nyx: Brigada ^^

...
-Refrátario: Seda ou Elseve?
-Nyx: Os dois!
-Nyx:???
... ...
Quem no mundo conseguiria detectar dois produtos no cabelo a não ser os gays??
Eeeeeuu hein,zuza!

quarta-feira, 26 de março de 2008

"Su casa, mi casa..."

Notícia do Jornal:

"A partir de hoje, agentes de saúde podem entrar em imóveis mesmo que o proprietário não permita para procurar focos do mosquito Aedes aegypti, que já matou pelo menos 31 pessoas na cidade em 2008. Eles estão autorizados, por decreto do governador Sérgio Cabral publicado nesta terça-feira no Diário Oficial, a chamarem chaveiro para arrombar o imóvel e pedir o auxílio da PM caso o trabalho de procura de focos não seja permitido logo na primeira visita..."

Desde que se começou a ventilar essa idéia, refratei... digo, refutei incrédulo: "Inconstitucional. Não vai dar em nada...".

E quem diria que uns meses depois me sai o tal do decreto... agora os agentes de saúde podem invadir a sua casa sem a sua autorização, inclusive com uso da força bruta da PM. E, se não bastasse, você ainda vai pagar multa por isso.

O ingênuo advogado-por-hobby que existe dentro de mim levanta o dedo e, timidamente, balbucia: "Mas... mas... mas e o artigo 5º? O domicílio é inviolável! Não pode!"

Pois é... o ingênuo rapaz tem razão. Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil (fundamento máximo do Estado Brasileiro e de todas as suas leis e instituições) é garantido a todos os cidadãos este direito fundamental. Diz o artigo 5º, inciso XI:

"XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;"

Sim... há 4 exceções. Só essas 4:
1ª) Flagrante delito - EX: Se, DE FORMA EVIDENTE, a sua casa está sendo assaltada, se o marido está espancando a esposa, se alguém está sendo mantido refém dentro de casa... aí nesses casos extremos a Constituição permite que se invada a casa da pessoa para evitar o crime.
2ª) Desastre - EX: Se um terremoto, incêndio ou deslizamento de terra ameaçam destruir uma casa e você tem a oportunidade de entrar pra salvar os moradores, você pode entrar pra ajudar.
3ª) Prestar socorro - EX: Seu vizinho estava soltando pipa, escorregou do telhado e caiu desmaiado na varanda. Você pode entrar pra socorrê-lo.
4ª) Durante o dia por determinação judicial - EX: A polícia tem certeza de que uma casa é usada como depósito de armas nucleares... mas ela não tem provas, então não se trata de "flagrante delito" como na 1ª hipótese. O que o Delegado faz? Ele pede ao juiz: "Existem evidências de que aquela casa serve de depósito de armas nucleares. Posso invadir?"aí o Juiz vai ver as evidências que ele apresentar e decidir... "Sim, mas só durante o dia" ou "Não, não pode... você não mostrou evidências suficientes que justifiquem a violação do domicílio de alguém".

Fora essas 4 opções, não há nenhuma outra possibilidade de se invadir a casa de alguém sem a sua autorização (não sem violar a lei).

Aí me vem o Governador e diz: "Agora os mata-mosquitos podem entrar na casa de todo mundo, inclusive com a PM e SEM PEDIR AUTORIZAÇÃO PRA JUIZ NENHUM?!"

COMO ASSIM??? Será que só eu tô vendo isso???
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, cadê você???
MINISTÉRIO PÚBLICO, pra onde você foi???
IMPRENSA DO RIO DE JANEIRO, cadê as manchetes de jornal???

OH, E AGORA? QUEM PODERÁ NOS AJUDAR?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Um dia com o Sr. Murphy.

Terça-feira de manhã, a banda do colégio militar "inspirada", acordei com uma leve dor de cabeça mas ainda sim, sem mau-humor.
Na verdade estava até de bom humor, terça-feira era o primeiro dia em uma semana que o meu corpo não apresentava mais as misteriosas (pq até agora eu não faço a menor idéia de que diabos era aquilo) manchas vermelhas, e isso deveria querer dizer que eu estava melhorando.
Tudo ótimo até aqui.
Desci e segui em direção ao Metrô, coloquei para tocar "No Love Lust" no mp3 e segui. Passados 5 minutos, na próximo música o mp3 morre, a bateria tinha acabado.
[Puta que paril...espera só eu sair de casa pra apagar né?
Tá...são só uns 30 minutos até o IFCS, não vai fazer tanta diferença...]
Andando até chegar perto do metrô eu vejo MUITA gente ao redor da entrada e nos pontos de ônibus próximos a entrada do metrô. Assim que desço eu vejo uma fila monstruosa se formando, quase não dava para comprar os bilhetes do metrô. Cheguei lá na frente, todos guichés com a placa "Fechado"
[Porra....]
-Com licensa, o que houve aqui? Tá fechado ali...parece que não tá vendendo, é isso mesmo?
-O METRÔ ESTÁ FORA DE OPERAÇÃO GENTE, NÃO TEM HORA PARA VOLTAR.
Muitos protestos de vários engravatados e de algumas mulheres de vestido social...eu resolvo não perder muito meu tempo e volto logo para superfície.
[Ótimo, eu tava em cima da hora, agora eu vô chegar atrasado]
Dobro uma rua e pego um ônibus pra cidade. É desnecessário dizer que o ônibus estava abarrotado de gente.
[Ok, vou pegar meu mp3 e...
...
...]
Uma hora depois eu chego no IFCS, aula de antropologia, minha primeira do semestre. A caminho da sala eu esbarro com dois amigos meus (que não sei por que diabos eu os chamarei aqui apenas por "C" e "G") num corredor do primeiro andar, bem longe de onde era pra se estar.
C estava com uma cara preocupada e apreensiva, a cara que ela costuma fazer quando algo está para dar errado, e que de alguma forma a culpa era dela.
G estava com uma expressão mais neutra, apesar de tentar acompanhar as feições dela.
-Hey! E aí gente, o que vocês tão fazendo aqui?
-A aula ia ser aqui, eu entrei lá mas tá tendo aula com a Beatriz(profª do primeiro período)...
-Ah...e agora? O que nós fazemos?
-Cara,eu entrei lá duas vezes, você tem vergonha de entrar lá?
-Eu não, por que teria?
-Não... é que eu entrei lá, duas vezes, e na segunda vez eu deixei tudo cair, e meu mp3 ficou lá no chão...tipo, se eu entrar de novo a mulé vai "Que que cê tá fazendo aqui minha filha?!?!"
-Ah...tá...entendi, quer que eu entre lá e pegue seu mp3? É isso?
-Se você puder...se não for problema...
-Sem problemas, onde você estava sentada?
-Final da última fileira
-Ok...
G permaneceu em silêncio, só fazendo algum barulhos de vez em quando.
Entrei na sala. Uma garota entrou logo depois de mim. Ela era de uma aparência um tanto quanto exótica, e bonita; estava de saia jeans, camiseta preta, e usava um piercing em baixo da boca, parecia ser simpática. Sentou-se ao meu lado.
Ar condicionado...luxo de poucas salas do IFCS, eu só tinha que pegar o mp3 do chão, e sair, pronto.
[Cadê esse mp3?]
A professora não parava de falar, assustando os calouros com o papo de cobrar sem piedade resumos de todos os textos lidos durante a matéria dela, e cada um valia tantos pontos, blábláblá...
[Puta que paril, será que alguém pegou essa merda?]
A professora finalmente parou de falar e eu aproveitei pra perguntar ao garoto da frente se ele vira algo pelo chão, ele respondeu que não.
A garota ficou olhando com curiosidade as minhas idas ao chão, e puxou assunto.
-Perdeu alguma coisa?
-Sim...não consigo encontrar...
Não dei muita bola e continuei procurando...nada. Resolvi esperar a aula acabar para procurar pelo chão e prestei ateção na aula.
Aula vai...aula vem...eu e ela começamos a conversar sobre o curso e ela disse que ela não era caloura, e ela também disse o mesmo, agente acabou conversando mais dentro da aula. Resolvi perguntar a ela se ela podia me ajudar e ver por ali se o mp3 estava ali, e ela o encontrou (faltando 3 minutos pra acabar a aula, eu fiquei na sala procurando por quase 1 hora, como a sala tava cheio de mochilas e tranqueiras eu não vi o mp3 entre os pés suspeitos do garoto que estava a algumas cadeiras dali).
Saí, entreguei o mp3 para C e já fui me encaminhando para a aula de política.
Tudo normal dali em diante.
Volta para casa, C disse que ia de metrô comigo dessa vez, ela tinha que ir a Botafogo.
Metrô. Outra fila enorme, aliás, outras, eram 3. É claro que a fila que eu resolvi ficar era a mais lenta, mas eu decidi ficar mesmo assim porque era capaz de que quando eu mudasse de fila a minha anterior disparasse.
Pegamos o metrô em sentidos diferentes, e cheguei em casa, nessa terça era dia de dentista, comi, botei o meu mp3 pra carregar (viagem de 1h ida e volta sem música é sinistro) tomei banho e saí.
Era hoje...eu avistei o ponto e o 636 já tava saindo dele.
[Ah não, essa não...]
Corri, atravessei duas ruas (com sinal verde) e consegui pegar o ônibus.
Phew...
Ligando o mp3...bom tempo que não ouço She Wants Revenge...
...
...
O som não tava vindo.
[Porra!]
Descobri dentro do ônibus que esse fone tinha estragado.
[Ótimo! Excelente! Cara isso tava bom de manhã...]
Por sorte(?) eu estava com a minha mochila e dentro, o livro do Neil Gaiman, botei na página marcada e começei a ler. Não demorou muito, algo me distraiu...
[CARALHO MÓ BARATÃO!]
Tinha uma barata andando na parte de trás do banco da frente, grande. Eu matei, e reparei que outras pessoas estavam começando a se levantar dos bancos
-Meu filho levanta daí que esse ônibus tá cheio de barata!
[Não acredito cara...]
Enquanto opessoal matava as baratas menores que apareciam eu vi que de um buraco do ônibus saíam muitas delas, parecia uma revolta, acho que elas estavam reivindicando os direitos de posse delas por terem tomado o ônibus...O pior de tudo, é que era a segunda vez que eu tinha pego o tal ônibus. Enfim, o ônibus todo era um enorme ninho de baratas, reclamamos com o motorista, que falou pragente descer e falar com o fiscal no ponto, e foi o que fizemos. Entramos em outro ônibus, de graça, é claro.
Viagem desde então seguiu tranquila.
Cheguei à dentista. 16:35. Maldito ninho de baratas...
Como eu tinha chegado muito atrasado o meu nome foi tirado da lista de pacientes, e só quando eu cheguei a secretária o recolocou lá. Resultado, a consulta das 16 virou consulta das 19. 3 horas esperando lá e lendo.
-Hoje eu vou apertar um pouco mais, deve doer um pouquinho...
-É...alguma coisa já estava me dizendo isso...
Mesmo me distraindo com a leitura, eu não tinha o que comer, tava com a maior fome. E agora, com os dentes me matando.
Saí de lá as 19:30 mais ou menos, direto pra casa. Quer dizer, quase direto, o ponto do ônibus tava em obra, eu tive que andar para outro ponto pra pegar o ônibus de volta.
De volta à Tijuca, lá pelas 21 quase...
-Tiow, quebra essa aê, me dá umas moeda.
O rapaz devia ter a minha idade, e já parecia ser rato velho.
-Não tenho...
-Serve nota mermo...
[Ah...tá...aham...vai toma no cú]
-...
-Quoé tio, dá um dinhêro aê!
-N-ã-o t-e-n-h-o.
-Já é valeu então...
Da última vez eu fui semi-assaltado assim, e o cara não ficou feliz quando falou o "valeu então", eu chequei algumas vezes e mas o cara não tinha me seguido.
Minutos depois minha mãe me liga:
-Filho, onde é que você tá?
-Ah já tô na frente do Wal-Mart mãe...
-Ah ótimo, então entra aí e compra um detergente gel aí pra mim
-Porra mãe, tô morrendo aqui e ainda tenho que ir no mercado? Chama o meu irmão que tá coçando o dia inteiro.
-Ele já foi mas eu esqueci de pedir...
-Tá, tô indo já, tchau.
[¬¬]
Peguei o detergente e fui em direção a fila, que só pudia estar grande, mas não tão lenta. Pronto, saí do mercado e fui pra casa.
Finalmente eu chego em casa, dou uma relaxada, como, e durmo, amanhã era dia de levantar as 5:20.
Fui durmir pensando que ou amanhã eu ganharia na mega-sena ou alguém muito escroto teve seu dia de maior sorte do mundo hoje...

segunda-feira, 3 de março de 2008

O começo... (em flashback)

Domingo, 10 de fevereiro de 2008.


Existe um festival de rock que acontece mensalmente num clube do subúrbio carioca, em que geralmente se apresentam bandas cover tocando ao vivo.
Acredito que todos nós temos na história de nossas vidas um capítulo dedicado a esse festival (que tem o nome de uma romântica cidade Italiana: "Veneza"). Não precisamos entrar em detalhes agora... mas nesse festival aconteceram alguns momentos históricos. E assim começa o nosso blog... num dia de "Veneza".

Era domingo e como em todo dia de "Veneza", nos animamos pra sair e fomos conferindo os trocados na carteira. O plano era chegar ao festival por volta das quatro da tarde, pra não perder nenhuma das 10 bandas que se apresentariam até as dez da noite. Refratário, PseudoEu e Nyx, prontos. Mme.Jetable, resistindo bravamente às nossas tentativas de despertá-la. Algum tempo depois ela acorda, começa a se arrumar e só depois disso saímos de casa.

Ao dobrar a esquina Mme. Jetable pergunta: "A gente vai de ônibus até o ponto do 592, né?". Refratério e PseudoEu respondem: "Não!". Alguns protestos... seguimos andando. Alguns metros à frente reparamos que o céu está escuro... vai chover. Penso: "Pô... tomara que não esteja chovendo na volta pra casa, senão os poucos ônibus vão lotar!"

Seguimos conversando na nossa caminhada de vinte e poucos minutos até o ponto do 592... quando passávamos na rua da Lan House (ou Rua dos Quebra-Molas, como poderá vir a ser chamada neste blog) começa a soprar um vento mais forte, carregando montes de folhas de árvores pela rua, poeira e terra contra nossos olhos e algumas gotículas de chuvisco.

_ Adoro essa chuvinha fina com vento...
_ Pois é, mas com essa poeira batendo no olho não dá.
_ Tá fortão o vento, hein!
_ É o fim dos tempos!
_ É a Besta! A Besta está chegando!

Continuamos andando e paramos na padaria pra nos abastecermos de Ice ... muito mais econômico já chegar lá "calibrado" do que deixar pra comprar as bebidas lá dentro. Nyx compra a penúltima Kovak, eu compro a ultima Kovak e uma Skarloff, PseudoEu compra duas Skarloffs e Mme.Jetable não compra nada.

A chuvinha fina vira chuva-chuva. Seguimos no caminho até o ponto do ônibus, que não estaria a mais de 6 ou 7 minutos dali. A chuva vai aumentando... apertamos o passo. No sentido contrário várias pessoas fazem o mesmo, fugindo da chuva que aumenta cada vez mais (inclusive uma mãe com uma criançinha que vinha chorando de medo).
As gotas começam a ficar enormes e alguns trovões ressoam ao fundo. Os carros desviam pela contramão de um galho grosso de árvore caído na pista. Atravessamos a rua e eu aproveito pra tirar o galho do meio da rua. Depois de tirar, corro pra alcançar os outros que já estavam quase na esquina.. e quando os alcanço a chuva já está torrencial, já tinha começado a chover de lado por causa do vento forte.

Refratário: "Tá muito forte a chuva! Vamos voltar?"
Nyx: "Vamos!"
Refratário: "Mas e se a gente chegar lá e a chuva tiver diminuído?"
Nyx: "É mesmo... a gente já chegou aqui..." (E nesse exato momento a chuva ultrapassa o último degrau na Escala da Torrencialidade... parecia que os céus gritavam pra gente: "Volta, PORRA!!!")

Atravessamos correndo atrás da Mme.Jetable e do PseudoEu e ficamos os 4 embaixo de uma árvore, sendo um pouco menos encharcados do que seríamos se saíssemos dali. Aproveitamos a pausa na caminhada pra terminar as garrafinhas de Ice (dou a maior parte da minha Skarloff pra Mme.Jetable)... PseudoEu tremendo de frio. Num surto de "Eu quero a minha mãaae!" alguém sugere de ligarmos pra minha mãe vir socorrer a gente no meio da tempestade. Mme.Jetable liga, mas ninguém atende. Aproveito pra desligar meu celular, com medo de que desse curto circuito com a água.

_ E aí? A gente ainda vai no "Veneza"?
_ Não dá... nenhum motorista de Kombi vai parar pra nós 4 encharcados desse jeito.
_ Mas o ônibus pára! Hmmm...Não, não... não dá não. Minha blusa tá transparente, tô sem sutiã!
_ Então vamos sair daqui logo... lá no Pentágono a gente pega um ônibus e volta pra casa.
_ Tá! Vamos correndo!

Fomos... quer dizer.. Nyx e Pseudo foram. Mme.Jetable nem tentou, veio lentamente segurando os peitos. Eu ia, mas resolvi esperar por ela.

Mais à frente encontramos a Nyx no meio da atmosfera branca da chuva (em que não se enxergava mais do que 15 metros à frente, de tão forte que a chuva estava) . De repente ouvimos uma trovoada bem forte. Eu, fazendo voz de apuração das escolas de samba grito pro céu:

"Se-te pon-to um! MANDA UM MAIS FORTE!!!"

E imediatamente depois veio um estrondo brutal:
KABRUUOOOOOOOOOOOOOOHHHHMMMMM!!!

"Éeeeeeee!!! NOTA DEEEEEEEEZ!! NOTA DEEEEEZZ!!!"

Seguimos andando e nos abrigamos embaixo de uma marquise. Ficamos um tempinho lá e reparamos que PseudoEu - que tinha vindo correndo desde o começo da rua - estava na calçada do lado oposto, tremendo de frio sob uma árvore. Chamamos ele pra onde a gente estava. Muito melhor... pelo menos ali não tava caindo água.

_Só acontece com a gente!
_Aháaaaa! Muito booooom!
_Todos os sinais apontavam pra gente não vir... eu avisei!
_ Ih, gente... uma amiga minha mora aqui do lado. Vamos entrar!
_ Liga pra ela!
_ Meu celular tá desligado...

Tento ligar o celular... não consigo digitar o código pra ligá-lo. Com a água o teclado não tava funcionando direito. Curto circuito? Resolvo desligar e tirar logo a bateria pra evitar problemas maiores.

Nyx senta numa cadeirinha de plástico abandonada sob a marquise em que a gente estava.
Tiro a camisa pra torcer e tirar o excesso de água. Mme.Jetable pede pra vestir (e resolver o problema de transparência da sua roupa). Troco a minha camiseta pela bolsa dela.
PseudoEu tira a camisa. Tira o excesso d'água e torna a vestir. Tira a calça (calma, calma... ele vestia uma bermuda por baixo), tira os tênis e as meias... e começa a lavar suas roupas na água que jorra de cima da marquise, tudo isso enquanto os carros passam por nós, como se fôssemos as últimas criaturas vivas no dilúvio. Mme.Jetable responde com acenos às buzinadas dos passantes.

Continuamos animados a cada relâmpago, tentando adivinhar o tempo entre o raio e o trovão... e num momento inesquecível, em que - por sorte - todos estávamos olhando pro céu, um raio corta o céu bem perto de onde a gente estava (um daqueles que fazem o som na mesma hora do clarão). Um estrondo enorme! Em alguns décimos de segundo que se seguiram ao raio deu pra ver várias chamas queimando no ar (sim, NO AR) ao longo do caminho que o raio tinha desenhado. Foi muito rápido, mas deu pra ver: FO-DÁS-TI-CO! Nenhum de nós nunca tinha visto isso.

(Nesse momento insólito surge - ou volta à mente - a idéia de narrar esse episódio num blog que criaríamos os quatro.)

Tentamos tirar uma foto pra registar o momento histórico, mas a câmera do celular da Nyx estava muito embaçada por causa do frio e da água. Acaba não rolando a foto.

Começamos a conversar banalidades, enquanto o PseudoEu limpa os bolsos do maço de cigarros que virou uma 'lama' no seu bolso... um instante depois estamos eu e Mme.Jetable dançando o créu pros carros que passam... paramos na velocidade 3. Não dava pra ir muito além com aquele frio (as juntas meio q travam, sabe...).
A chuva diminuía de volta à normalida e PseudoEu sugere de passarmos na locadora pra pegar 'Tenacious D' e ir pra casa assistir. Começa a jornada de volta... ainda chove, mas agora bem menos. Voltamos conversando sobre a nossa estranha fortuna e sobre como tinha sido divertida (e barata) a hora inteira de diversão gratuita que passamos na tempestade.

Paramos pra comprar pipocas (pra comer durante o filme), mas a Tia Japonesa diz que o mercadinho não está funcionando... tinha faltado luz. Compramos biscoitos e pão (pra fazer cachorro quente) na padaria e vamos pra casa ensopados.

Depois de trocar de roupa no escuro (tinha faltado luz no condomínio quase todo), pegamos o carro e vamos até a locadora do posto, compramos pipocas, mais biscoitos e alugamos o filme que queríamos.

Em casa nós comemos os cachorros-quentes, jogamos baralho (Desconfio) e, como a luz não voltava, resolvemos levar o filme pra assistir na casa da Nyx. Só que um tempinho antes de sairmos a luz voltou. Então resolvemos não sair e assistir aqui mesmo. Botamos o DVD e assistimos até faltar luz de novo.

_ Vamos acabar de ver o filme na casa da Nyx!
_ Vamos!
_ Então ta, vamos.
_ Hmmm... só que o disco tá dentro do DVD player... sem luz não dá pra tirar.
_ Leva o aparelho todo!
_ ¬¬

Acabamos indo na Nyx assim mesmo. Ficamos vendo Fantasia no até tarde... tentando telefonar pra lá um milhão de vezes... mas não rolou.